segunda-feira, 12 de abril de 2004

Falar em gatitos...
Primeiro gato doméstico surgiu há 9.500 anos
da France Presse, em Paris

O homem domesticou o gato há cerca de 9.500 anos, 5.000 anos antes do que se acreditava, disseram cientistas franceses com base na descoberta do esqueleto de um ancestral do felino em Shillourokambos, uma cidade neolítica da ilha de Chipre.

O esqueleto do gato de 9.500 anos foi encontrado a apenas 40 centímetros dos restos de um homem Enterrado em uma cova rasa, a apenas 40 centímetros dos restos de um humano de 30 anos, o gato, que tinha oito meses, pode ter sido um membro querido de um lar da Idade da Pedra.

Até agora, acreditava-se que os primeiros gatos tinham sido domesticados no Egito antigo, no máximo 1.900 a.C, e que o primeiro felino teria sido introduzido por humanos no Chipre 8.500 anos atrás.

"Isto não só retarda em cerca de um milênio a evidência da presença dos gatos no Chipre, mas também dissipa todas as dúvidas de que o homem e o gato tiveram uma relação muito forte, pelo menos simbolicamente", disse o coordenador da pesquisa, Jean-Denis Vigne, do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica da França).

O que intrigou os pesquisadores foi a descoberta do esqueleto completo --evidência de que o gato foi enterrado deliberadamente.

A tumba humana continha objetos de valor e oferendas --ocre, pedras polidas, machados e ferramentas de pedra.

Não foram encontrados sinais de que o animal tivesse sido abatido para servir de alimento ou que seu corpo tenha sido deixado ao relento, pois desta forma os ossos teriam sido encontrados ao redor do local.

"O enterro de um gato completo, sem nenhum sinal de abate, nos faz lembrar dos enterros humanos e enfatiza o animal como indivíduo", destacaram os pesquisadores. "O jovem gato pode ter sido morto para ser enterrado junto do humano", acrescentaram.

Descobertas em sítios neolíticos do Oriente Médio, na Síria moderna, na Turquia e em Israel revelaram desenhos inspirados em felinos --o que sugere que estes animais tinham um status especial, mesmo que não haja evidências de que, na época, foram animais de estimação.

Provavelmente, os gatos deixaram a vida selvagem nos primeiros estágios da agricultura, quando os humanos abandonaram a caça e a coleta e se tornaram fazendeiros.

Ao estocar grãos, estes primeiros agricultores atraiam ratos. Ter um gato por perto resolvia o problema.

As conclusões serão publicadas na edição deste sábado da revista científica americana "Science".

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