quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Pérolas recolhidas no mercado negro da orla carioca

Sábado fui à praia. Como demorei a chegar e meus amigos tinham compromisso, acabei ficando sozinha. Sem problema, adoro ir sozinha à praia e ficar lá, alguns momentos olhando o mar, outros reparando nos biquínis das mulheres e ainda reservar um tempinho pra ouvir a conversa alheia. 

Pra começar, o imundo do vendedor de queijo coalho avisando ao ajudante "esse é praquela loira ali". Bem-feito, quem mandou comer queijo coalho na praia? Foi chamada de aquela loira ali! Todo mundo ficou rindo da cara dela e ela resmungando com os amigos. Rá!

Mas de tudo que ouvi, a melhor foi um rapaz com forte sotaque paulista e a frase "Deus é pai" tatuada no peito atormentando um vendedor de cerveja com suas observações dispensáveis. Do alto de sua sabedoria, o palhaço disse em alto e bom tom, para toda a praia "Rio de Janeiro é burguesia, favela e homossexualismo". Que cousa, que sensibilidade! Captou e resumiu a essência da cidade! 

Na mesma hora pensei em O Orientador, que também adora ouvir conversas alheias. Ele ia adorar a frase. Quando reproduzi ao aparelho telemóvel, ele gargalhou e questionou "será que ele sabe que às vezes ainda mistura e tem burguês viado ou biba favelada?".

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