terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Mau humor

Mau humor

Eu andava chata e meramente apática. A idiotice, mediocridade e cafonice andavam apenas me entediando, me dando preguiça. Eu já não tinha ânimo para discutir, nem mesmo pra blogar a respeito. Simplesmente me dava um cansaço e eu ia pra casa. Hoje estou novamente mal-humorada. Não é pela idiotice ou cafonice humana, é apenas pela lama na qual sou obrigada a pisar para chegar no trabalho. Pensando bem, também me dá preguiça e dor de cabeça. Das pessoas que não reparam na sordidez da repartição... tenho preguiça.

Acordei muito cedo, ainda escuro, pra ir a uma consulta médica. Chovia. Não havia táxis. Esperei como uma corna na chuva, mas nada. Decidi andar até a esquina com uma rua mais movimentada, pra ver se conseguia tomar um carro de praça. Foi chegar na esquina e veio um, vindo da minha rua, é claro. Nisso... sapatos molhados, é claro. Trânsito e motorista bisonho. Finalmente logrei êxito e cheguei no consultóriol. Ainda deu tempo de folhear a Marie Claire de dezembro antes da médica chegar.

Felizmente, ela divertidíssima, debochada e minha amiga. É minha ginecologista desde os 16 anos, mas hoje em dia é quase minha xamã. Me receita de antidepressivos e ansiolíticos a cremes para pele (ela tem uma especialização em algo como medicina estética e cirurgia plástica também!), além de me dar esporros básicos como "toma vergonha na cara e emagrece". Hoje me prescreveu uns antioxidantes e vamos começar um tratamento antienvelhecimento. Ela não quis conversar sobre botox, mas confesso que ando com uma obsessão pela idéia de me botocar. Vi uma matéria sobre mulheres de 20 anos que usam a toxina botulínica preventivamente. Como a cara já tá esticada, não vai enrrugar. Adorei. Infelizmente, meus médicos não me deram trela.

Do consultório de Dotôra M., após um lanchinho rápido e uma rápida incursão nas farmácias de Copacabana, parti pra repartição. Como era de se esperar, só vinham ônibus com ar condicionado, já que meus pés estavam molhados. Após deixar passar o segundo, me conformei e entrei no terceiro. Deve ter vindo um sem ar logo atrás. Frio, engarrafamento e mau humor.

Quando desci do ônibus continuava chovendo. O trajeto até a minha sala é sordido, conforme outrora descrito. Sou obrigada a subir e descer escadas, passarela, morrinhos e calçadas mal cuidadas, pisar em poças e em lama. Não há alternativa, muito menos dignidade. Só me resta torcer pelo desmoronamento noturno do prédio. Enquanto ele não cai, vou refazer minhas contas. Talvez, se eu beber menos, possa passar a ir para o trabalho de táxi.

Estou com dor-de-cabeça e mau humor. Estou meio burra também.

Um comentário:

Anônimo disse...

hahahahahahhahaha...eu ri muito!
voce é 10, adorei!