quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Lelé mesmo

Na terça-feira, perdi o sono cedo e levantei 1 hora antes do relógio, afinal, não adiantava ficar deitada servindo de massa de pão pra gato.

Decidi passar em casa antes de ir para o trabalho e deixar a roupa na lavanderia, afinal, o putos supostamente trabalham das 7h às 7h e eu preciso de lençóis limpos. Peguei o 126 no ponto final pra descer na Praça da Cruz Vermelha. Pegaria a sacola de roupa suja em casa, deixaria na lavanderia e pegaria o 497 pro trabalho. Mó curtição.

No caminho, não lembro em qual altura, comecei a sentir ânsia de vômito (eu sou uma pessoa que vomita, sabe?). Ai, caralho. E agora? Vomito pela janela? Não, sacanagem com quem tá passando. Vomito no canto? Porra, o ônibus vai feder. Vomito dentro da minha bolsa? Porra, vai cagar tudo. Vomito na boca e engulo? Vou cutucar a velhota da frente e pedir ajuda, de repente ela pede pro motorista parar, eu desço, vomito e volto. Seguimos viagem todos felizes. Não lembro de mais nada. Acordei sendo sacodida pelo trocador e motorista.

- Pra onde a senhora vai?
- Eu vomitei?!
- Ihhhhh....
- A senhora ia pra onde?
- Pra Cruz Vermelha...
- Ih, já passou há muito tempo!
- Onde eu tô?
- No ponto final, na Rodoviária!
- A senhora dormiu - disse o outro às gargalhadas.
Como eu tava de óculos escuros eles acharam que eu tava dormindo. Porra nenhuma, apaguei, desmaiei, mas não vou discutir isso com eles.
- Ih, tenho que ir pra Lapa!
- Pega o 362 naquele paredão ali.

362 o caralho, peguei um táxi pra casa. Deitada no lençol não satisfatoriamente limpo, porém não exatamente sujo da minha cama, percebi que tava lelé. Não lembrava das coisas, não lembrava porque tava lá, porque não tava em outro lugar, o que fazia naquele ônibus.
Liguei para o trabalho e expliquei que não tava bem e não ia trabalhar. Fiquei deitada. Aos poucos lembrei desses acontecimentos narrados acima, mas não lembrava muito bem de outras coisas, como o dia anterior. Fiquei o dia todo deitada, meio panqueca. Não tive convulsão, não mordi a boca, não cai nem me machuquei, mas não sei o que aconteceu. Liguei pra minha família chorando que não lembrava de nada, que tava lelé. Liguei pro Mendonça e pra alguns amigos.

Como eu andava com os pés e pernas muito inchados, o pessoal do trabalho concluiu que era hipertensão. Realmente, no dia que minha mãe descobriu que era hipertensa, tava jogando buraco com a gente, de repente levantou dizendo "vou vomitar", correu pro banheiro e desmaiou no caminho. Acordou sem lembrar direito das coisas. No hospital descobriram que ela teve uma crise hipertensiva.

Continuei deitada. Dormi e acordei algumas vezes até ser quarta-feira de manhã.

3 comentários:

Maria de Oliveira disse...

Oi Roberta! Fiquei bem, e agora que a conheço "pessoalmente", virei aqui comentar de vez em quando. ;) O senhor simpático é meu pai, que é um fofo conversador mesmo... Bjs e melhoras pra gente que o Carnaval tá aí!

Carrie, a Estranha disse...

Caramba, Roberta! Sério??Puxa...Fiquei preocupada agora...

Ana disse...

Roberta, que porra é essa?
Pelo que vc falou, vc teve um TIA - transient ischemic attack, preguiça de traduzir.

Caraio...