terça-feira, 6 de abril de 2010

Relatório da calamidade

Pouco depois de 13h a água  baixou e já dava pra sair por um dos lados do prédio. As meninas finalmente puderam ir embora. Por volta de 15h mandaram um torpedo avisando que tinham chegado bem em casa. Almocei miojo com coca zero. Cogitei ir ao supermercado comprar pão de forma e pó de café, mas enquanto tomei banho e calcei galochas começou a chover forte de novo. Como disse O Orientador, o prefeitou mandou ficar em casa!

É divertido morar numa cidade do interior que não tem infraestrutura para chuvas, né? Ai, ai, meu amado balneário decadente.

***

À tarde tinha um borrachão sugando água do fosso do elevador aqui do prédio. Olhei para o lado e um caminhão da Cedae fazia o mesmo no prédio ao lado. Um agradável aroma de esgoto invadia o ambiente. Delícia.

Uma amiga de Recife exilada em Brasília ligou para saber como estou. Tava preocupada com os amigos cariocas. Soube que um dormiu lá na repartição.

À noite encontrei Ju e fomos ao supermercado adquirir víveres. A carestia se instaurou no Rede Economia: acabou até o pão de forma! Comprei pão francês, coca zero, água com gás, pó de café, banana, batata e queijo ralado. Já posso sobreviver a outra enchente. Rá!

Há pouco ligou Mãe Camila, que tá em SP. Não conseguiu voltar e tá preocupada com a gata Nina sozinha em casa. Era dia da faxineira, que obviamente não foi. Pobre Nina tá na carestia de ração. Camila contou de outros amigos em comum que pernoitaram em postos de gasolina, dentro do carro ou em suas repartições.

Agora chove pouco. Se continuar assim, mais tarde vou pra casa da Ju tomar cerveja e comer pizza. A Desgovernada deve vir direto do jornal. Se eu ficar ilhada, pelo menos estou pertinho e na casa da amiga.

2 comentários:

Adriano disse...

Orra meu. Não sei se repartição é realmente uma repartição pública, ou se é apenas "escritório" no carioquês...
Desculpe incomodar...

roberta carvalho disse...

Adriano, no meu caso, realmente é uma repartição pública, mas uso a expressão para o trabalho de todo mundo. Não é necessariamente carioquês. Eu e meus amigos falamos assim.