terça-feira, 5 de agosto de 2003

Minhas anotações
Quinta, 3 de julho
Cheguei calma ao hospital às 13h30. Minha mãe e irmã tavam nervosas. Seria melhor ter ido sozinha - a pessoa já vai operar e ainda tem q aturar gente nervosa!
Pra me distrair liguei pra Vavs e Nara.
O médico e o anestesista chegaram pouco antes das 15h, conversaram comigo. Minha mãe e irmã fizeram uma série de perguntas absurdas e interrompiam a mim e a eles o tempo todo. Me deram um comprimido pra por debaixo da língua. 16h fui pra sala de cirurgia já chapada, mas me lembro de algumas coisas. Lembro vagamente do centro cirúrgico, de ter dito 'oi' pra instrumentadora q trabalha no consultório do dr. Paulo, da anestesia, da sensação de frio q fazia lá.

Acordei voltando pro quarto. Lá tavam minha irmã, mãe e sua amiga Lurdes. Tagarelavam e eu não tava com paciência. Disse q ia dormir e expulsei todo mundo. Já me bastavam a dor, o incômodo, o soro no braço esquerdo e os sentidos meio embotados. Minha barriga doía como se tivesse feito milhares de abdominais e tava inchada.

Anotar na agenda: se algum dia for operar mais alguma coisa não contar pra família e ir pro hospital sozinha. Ô gente chata!

Dormi.
Lobão ligou.
A secretária trololó do meu trabalho tb.
De noite Tuninha passou pra me levar flores. Já tinha acabado o horário de visitas mas deixaram ela entrar. Eu tava cochilando e qndo abri os olhos ela tava lá dentro de uma suéter cor de rosa, o rosto alegre e sorridente emoldurado pelos cabelos loiros e segurando um vaso de flores amarelas. Foi a visão mais simpática q tive no dia e adorei!

Dormi, acordei, dormi de novo, acordei outra vez, dormi...acordei...numa dessas acordadas percebi q tava morrendo de vontade de fazer xixi. Toquei a campainha chamando a enfermeira ou seja lá o q for. Era uma moça baixa, de cabelos castanho claro e voz minguada. Me irritam pessoas q falam baixo demais. Ela lembrava a irmã surda do ex-noivo da minha irmã. Pedi pra ir ao banheiro e ela disse q não podia. Q ia trazer a comadre. Pensei ok, uma nova experiência em minha vida. Jacaré conseguia fazer xixi naquele troço bizarro? nem eu. Me concentrei, pensei em cachoeira, fiz força...nada. E ela ainda tinha perguntado se eu queria q esperasse! Claro q não! Qndo eu conseguir te chamo pra pegar o apetrecho. Chamei ela de novo e mandei a real...
– Não consigo e estou apertada. Me ajuda a levantar e ir no banheiro.
– Não posso, tenta de novo.
– Acho melhor vc me ajudar, pq senão qndo vc sair eu vou sozinha e vai ser pior.

Ela fez uma cara de pavor e arregalou os olhos. Coitada. "Mas não pode...."
Resolvi tentar mais uma vez...ela deixou a torneira do banheiro aberta pra ver se o barulhinho de água me ajudava. Depois de um tempão acabei conseguindo, mas acho q já tava num estado q mijaria até na cama. Bizarro.

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