segunda-feira, 20 de setembro de 2004

Ônibus é a maior diversão

Tinha esquecido de contar essa!
Sexta resolvi experimentar um "caminho alternativo" pra casa de O Orientador.
Não deu certo e demorou mais do q trajeto de praxe. Ok, o que não tem remédio remediado está, então resolvi dormir. Humpf.

No banco da frente tava uma porra duma velha podre com a janela toda aberta. Oras, eu pensava q velhas sentissem frio? (Nunca mais me venham com campanha do agasalho para a terceira idade, hein). Pois a porra da velha podre e gorda safada tava de casaco de tricô e janela arreganhada, voando aquele cabelo branco e ensebado. Filha da puta. Eu morrendo de frio no banco de trás. Falta de educação. Vaca velha podre desgraçada.

Por sorte, aquele ônibus dá tanta volta q poucos incautos o pegam, então mesmo sendo de manhã havia outros lugares vagos. Passei pro outro lado do corredor. Qndo sentei de novo dei uma boa olhada na velha. Ainda por cima era gorda, a desgraçada. Por isso q tava com fogo no rabo. Mas ok, foda-se e morra velha podre. Vou tentar dormir agora q estou num banco quentinho gostoso. Humpf.

Qndo mudei de lugar bem q reparei no casal do banco atrás do q eu ia sentar. A mulher, sentada no lugar do corredor, tinha alguma coisa verde na cabeça. Bom, já começou estranho pois em casais, principalmente de velhos, a mulher costuma sentar na janela. Mas o q esperar de gente q usa adereços na cabeça? Só q como eu tava querendo reparar na vaca-velha-podre-desgraçada-gorda-safada-com-fogo no-rabo não olhei muito.

Dormir? Dormir? Impossível! O casal não calava a boca um instante e não falavam baixo. Bem, pensei, já q não vou dormir vou prestar atenção na conversa deles pra me divertir. Me chamou a atenção a mulher dizer q chegou no trabalho e a patroa tinha se jogado da janela. Ela ficou chateada pq ipanema "é longe" e perdeu a viagem. Parece q na falta do q fazer levou a mãe da vítima pra casa e passou a cuidar dessa.

Caralhos! Fiquei hipnotizada, totalmente absorvida naquele diálogo frekazóide. Não fazia o menor sentido, eles não conseguiam encadear os pensamentos, uma frase quase não tinha nada com a outra. Era tipo alguém diz "meu pai não toca piano" e o outro responde "eu tb não gosto de cebola".

Mais de meia hora de viagem e não consegui entender nada. Nem se eram casados, separados, amantes, amigos ou meramente parentes. A única coisa q consegui concluir é q se conheciam, não era um papo entre pessoas q simplesmente sentaram lado a lado no ônibus.

Sei q ela compra os próprios sabonetes e os da filha, mas tem uma outra mulher não aprecia isso. Essa outra mulher não mora com ela, então não entendi qual a pertinência da opinião da tal.
Soube q comprou um colchão novo, pq tava precisando, embora considere seu mal ter comprado roupas boas na juventude.
A filha, parece q é perturbada, e apanha de uma outra mulher mais perturbada ainda, possivelmente a q não gosta dos sabonetes. Ela acha q não vai ter coragem de matar ninguém, mas se o velho quiser ela o leva no médico. Ah, ele vai separar umas roupas pra mandar pra alguém q ela conhece, mas q não mora no Rio. Ela garantiu q não quer nada dele. O mundo é estranho pra caralho.

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