O dia q eu quis ser padre
Ontem compromissos profissionais me levaram ao Corcovado. Era aniversário de 440 anos da cidade e o arcebispo ia dar uma benção aos pés da estátua do Cristo Redentor, como fez o Papa há 25 anos. Na ocasião ia ser inagurada a nova iluminação azul. Até aí foda-se, mais um dia de bundice na rotina de repórter.
Só q uma frente fria tava chegando a cidade e lá em cima tava um frio do caralho. Quando olhava pra frente via vento esbranquiçado subindo e descendo (não sei descrever melhor do q isso) e qndo chegava na murada e olhava pra baixo via cidade quase limpida. Estávamos no meio de um nuvem. Passei o tempo todo entoando meu mantra "se chover fudeu, se chover fudeu, se chover fudeu....". Deu certo pq pelo menos tava seco.
Comecei a reparar os padres, tudo com aquelas batinas longas, fechadas até o pescoço e mangas compridas. Q inveja! eu de sandália, calça de brim e camisa de manga curta.
Minha mãe tinha dito pra eu levar uma jaqueta qndo disse q ia ao Corcovado, mas não levei fé. Mó calorão, como eu ia sair carregando jaqueta?
Mas eis q chega o arcebispo do Rio de Janeiro pra dar a benção. Sapato fechado (o q subentende meias), calça comprida, batina e um monte de outras batinhas e estolas por cima, tinha em renda, em tecido liso, brocado, de cor escarlate, branca, preto, rosa, vermelho, tudo arrematado com um lindo laçarote fúcsia. Luxo e riqueza! O arcebispo é fashion. Mas pô, se ele fosse um bom cristão teria me cedido um batinha daquelas!
Nesse dia eu quis ser um padre daqueles pra estar com aquela batina quentinha. Freira não servia pq elas estavam com uma espécie de jardineira azul com uma blusa branca por baixo, sandália e aquele pano na cabeça. O "vestido" ia até um pouco abaixo do joelho e deviam estar tiritando de frio tb. O negócio era ser padre, de preferência arcebispo!
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