quarta-feira, 25 de maio de 2005

Falar na tal festa...
Foi uma das piores festas que já presenciei em toda a minha vida. Já tinha ido a outros aniversários no brechó O Passado me condena que tinham sido honestas, tanto que cogitei fazer meu aniversári lá. Desisti por tinha que ser das 20h às 2h e achei o horário ruim. Gosto de dançar até de manhã, sabe? Pra mim, enquanto o dia não clareou a noite não acabou. Mas enfim, voltando à vaca fria...

Era aniversário da namorada de um amigo do Lobão. O casal de rabiscadinhos é verde mas gente boa, gosto deles e fui. Sabia que não ia me divertir pq o tipo de música que gente verde gosta não me diverte. Ingênua, pensei "ah, não vai doer. O lugar é simpático, tomo uma cerveja ou caipirinha e fico conversando. Se bobear ainda dou uma dançadinha". Humpf. Doeu sim.

Foi uma das maiores concentrações de gente feia e cafona por metro quadrado já vista em uma festa. Os convivas eram tão feios e cafonas como as peças à venda no brechó. Coisa de dar medo, sabe? Pois é.

Não vou chegar a reavaliar minha amizade com eles pq eram 3 aniversariantes. Quero crer todos as pessoas horríveis, mal educadas e sem noção eram convidados das outras 2 anfitirãs.

Bom, logo que cheguei manjei um malandro com um blazer ostentando um botton do Herbalife na lapela. Isso, aquele mesmo onde se lê "perca peso agora, pergunte-me como". Achei que de repente ele tinha comprado ou roubado do brechó e procurei abstrair.

Dei uma andada, peguei uma cervejota já que não havia caipirinha, cumprimentei a aniversariante e resolvi dar pinta no andar de cima pra ver qual era. O espaço estava ocupado por uma horda de pessoas mais velhas, digamos assim, todos exemplarmente cafonas e acompanhados de filhos aborrecentes mal vestidos. Fiquei com medo e desci de novo. Mas isso aqui é uma festa ou uma convenção de circo dos horrores?

Voltei ao bar. Uma gangue de mulheres muito feias gritava, pulava e tirava fotos com câmeras digitais. Não sei se já falei, mas acho que todos que levam suas câmeras para festas deviam ter as mesmas introduzidas em seus respectivos rabos. Que merda ficar tirando foto a noite inteira e me ofuscando com aquela porra de flash. Eles saem pra dançar ou pra tirar foto de tudo pra provar que foram? Se não tiver foto eles não lembram que foram? E não é só em boate, é em bar, em restaurante. Vai tirar foto na sua casa, babaca.

As integrantes da quadrilha eram o que eu chamo de piranha chinfrim wanna be patricinha (não que ser patricinha seja melhor do que ser piranha chinfrim, é apenas outra categoria de pessoa desagradável). Usavam roupas embaladas à vacuo, sandálias de salto (muito) alto em cores metálicas, argolão nas orelhas e cabelos de chapinha. Se a aparência já dava medo o comportamento causava paúra. Entre elas, três se destacavam assustando mais.

A primeira era uma altona de blusa tomara que caia. Ela gritava muito, por qualquer coisa emitia ganidos terríveis. A segunda era uma putinha magrela pós-adolescente enfiada em uma calça jeans muito justa e cheia de bolsos (cheia mesmo, inclusive nos joelhos), vários cintos metálicos sobrepostos, corpete, excesso de bijuteria e o mesmo sandalhão prateado e cabelo de chapinha das oturas. Magrela daquele jeito não sei como ela não caia com o peso daquela tralha toda.

Agora, hedionda mesmo era uma mulata gorda enfiada numa roupa de tafeta lilás bordado. Acho que era uma das aniversariantes. Na posição de anfitriã, ela deve ter achado que devia se destacar. Subiu nuns sandalhões prateados enormes, parecia de passista de escola de samba, só que com saltos agulha. Sabe quando o salto é tão íngreme que o pé escorrega e fica sobrando um naco de sandália no calcanhar enquanto os dedos "sobram" na frente? Normalmente quando isso acontece, não sei se no intuito de se segurar, de evitar que o pé desça mais ou mero receio de ter uma falange amputada numa topada, a pessoa costuma encurvar a sobra de dedos, agarrando-os na frene da sandália. Lembra pés de aves presos ao poleiro ou de macacos agarrados a um galho (já tive uma colega de trabalho, loura popuzuda de calça de oncinha embalada à vacuo, que por usar esse tipo de sandália ganhou dos rapazes o apelido de Priscila patas de macaco). Imagina uma gorda em cima dum troços desses. Eu ficava pensando se ela cairia se eu trombasse "sem querer" com ela no corredor. Também havia a esperança dela rolar da escada.

Mas a cafonalha não era privilégio dessa patota. Quase todas as mulheres presente variações do mesmo modelito vulgar. Outra coisa que me causa espécie e cabelão preso com piranha (refiro-me a uma espécie de prendedor de cabelo, não a outra integrante do bando) numa festa. Será que elas acham mesmo que é bonito sair à noite com uma piranha presa na alça da bolsa e, quando começar a dançar embolar a peruca e prender como se estivesse fazendo faxina? O mundo é estranho.

Havia ainda uma gorda toda de preto sentada no sofá na minha frente. Ela não chegava a assustar, mas também não tinha noção. Tinha pregado a bainha da calça com fita crepe e quando cruzava a perna eu via os pedaços beges contrastando com o tecido. Devia ter usado fita isolante que pelo menos é preta. Ela ainda os tinha colado na posição vertical. Eu colocaria na horizontal. Pra piorar, com o calor e a movimentação, algunspedaços descolaram e ficava uns pedaços de calça caindo em cima do pé, com tiras de fita crepe soltas.

Certa altura da noite eu tava de pé no corredor perto do bar tomando uma cerveja e conversando com os verdinhos. Eis que vejo um dos tênis mais feios do mundo. Era prateado. Porra, pq ninguém me avisou que aquela era a noite do calçado metálico? Se desse desconto na entrada eu descolava um pra mim tb. Olhei o corpanzil acima dos pés argênteos. Era uma biba gorda de ombrinhos desnudos. Seus interlocutores eram outras duas bibas cafonas, uma inclusive com um celular na cintura. Eram aqueles tipos que há pouco tempo seriam classificadas de bicha qua qua Ainda dizem que todo gay tem bom gosto. Aquela trinca desmente essa teoria fácil, fácil.

Pra piorar numa das vezes que fui ao banheiro tive uma infeliz surpresa. Quando empurrei a porta a tava a merda da biba gorda e cafona mijando. Além de mau gosto tem má educação. Pq não trancou a porta? Tudoque eu não precisava era ver uma biba mijando.

Pra encerrar o relato devo dizer que não sei qual era o nome do DJ, mas não me surpreenderia se descobrisse que ele responde pela singela alcunha de DJ Cagalhão. Vai tocar música ruim assim no caralho!

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