sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006
ou A banalização da nudez
Ontem liguei pra minha amiga Camilinha, que não vejo há algum tempo, pra uma sessãozinha básica de maledicência. Falamos dos gatinhos dela, Sushi e Tutu, de gatos em geral, cachorrinhos e tal.
Aí mudando de assunto comentei que tinha ido pegar minha fantasia. "Mas é pelada?", perguntou. Não entendi.
– Como assim?
– Sua fantasia é vestida ou pelada?
– Vestida!
– Ah, sei lá, podia ser pelada.
– Camila! Sou uma jovem senhora! Não tenho idade pra sair pelada!
– A minha irmã vai sair de fio dental em cima de um carro alegórico.
– Ah, a sua irmã é mais jovem e mais magra que eu!
– Acho que como já tem uma pelada na família tô achando normal.
Detalhe bizarro: sairemos eu, Nara e Nandap na mesma ala. Já imaginou as três peladas? Nãããão!
Liguei pra Nara e contei. "É que a irmã dela vai sair pelada no abre-alas". Banalizou.
É enorme! São três pacotes, um com a "cabeça e ombros", outro com a roupa propriamente dita, as sandálias e uns avulsos ainda não identificados e outro com a "bandeja de medalhas", que ainda não descobri como se prende na roupa.
Mas o pior é que a roupa propriamente dita deve ser quente pra cacete: calça e mangas compridas. Pelo menos o "calçado" é uma sandalhota, ano passado era uma bota que acabou com meu pé.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006
Já peguei minha fantasia hoje e é linda!!!
Sim, já na madrugada da Terça-feira Gorda adentrarei a Sapucaí linda de "Vendedora de Amuletos", na Ala dos Devotos do Império Serrano!
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006
Uma amiga minha de blog disse que tinha feito uma fantasia de galinha "Vai no Simpatia? Se vir uma galinha sou eu"*.
Fiquei com invejinha imediata e perguntei "Como? Como? Como?". Ela me explicou que concebeu e confeccionou uma fantasia de galinha (ou frango) de espuma pintada com tinta de tecido. AMEI, é claro! Ela me enviou um pps explicativo passo a passo, um luxo!
Não sei se vou ter tempo de comprar os componentes pra confeccionar a minha, mas amei! Enviei pra todos os meus amigos com a proposta de criarmos o Bloco da Franga. Quer participar?
* É que somos amigas há um tempão, mas na verdade nunca nos vimos, nos conhecemos de blog, e-mail, icq...
Enviei o e-mail convite da festa que ia ser no Bola Preta pra quase todo mundo, aquele que comentei. Causou espécie e comentários. Várias pessoas responderam que adoraram ou acharam curiosa a maneira que fiz o convite. Uma amiga disse que vai guardar de modelo pro dela do ano que vem. Juro que não sabia do meu talento pra redigir convites de aniversário inusitados.
Enviei o segundo e-mail hoje pra quase todo mundo, faltam uns avulsos, vou fazer isso agora.
Mesmo com os percalços de ter que trocar o local, a comemoração está mantida na sexta.
Espero que seja tão boa quanto ontem.
Confesso que não estou muito animada, que não é o meu aniversário mais aguardado ou comemorado, mas tá tudo bem. Lembrei do de 30, que eu tava quase deprimida, e acabou sendo o melhor ano da minha vida.
Ana Paula me ligou pra dar parabéns e avisou que já tinha feito meu presente. Não entendi o verbo empregado mas deixei seguir.
– Não é só você que dá presents hand made! Eu FIZ o seu presente e me deu um trabalho do caralho. Acho bom você gostar, hein?!
Ah, tá! Que gentileza me avisar! Assim não importa o que seja, vou dizer "A-M-E-I! Ana, era exatamente o que eu queria e estava precisando! O melhor presente que já ganhei na vida".
Confesso que estou curiosíssima pra ver o que é, principalmente por conhecer o talento (desconhecido) da Ana para trabalhos manuais. Se fosse a irmã dela, Luciana, eu nem estranharia, mas a Ana...
No Natal minha irmã me deu uma blusa de uma loja que eu não gosto. Era até bonita, mas com restrições que expliquei e comprovei. Avisei que não gosto da loja supracitada, que raramente tem algo que eu considere bonito e que, mesmo quando parece bonito na vitrine, na mão vejo que não é satisfatório. Pedi pra não ganhar mais nada da tal loja.
Ok, simples né?
Eis que ontem minha irmã me dá uma sacola da tal loja. Abri e era um vestido cor de rosa. Era até bonito, com algumas restrições. Não era um vestido que eu compraria, mas até usaria. Não deu em mim e terá que se trocado.
Perguntei por que ela comprou algo da tal loja. "Porquê adoro as coisas dessa loja e não me conformo de você não gostar, vou te convencer a gostar". Ah, tá! Agora que você explicou considere que me convenceu e pode parar de comprar coisa lá pra mim.
Meu aniversário foi ótimo! Sai mais cedo do trabalho, jantei com a minha família e ganhei vários presentes lindos. Só um precisa ser trocado!
Minha irmã se superou e a comida estava deliciosa. A torta de brigadeiro também estava ótima, embora eu prefira a outra que ela sempre compra.
Vários amigos telefonaram, mandaram e-mails e deixaram recados no orkut. Adorei.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2006
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006
É o dia mais feliz do ano, é o meu aniversário!
Pouco importa o porteiro velho com penteado de "pega emprestado pra cobrir a careca", pouco importa a chefa da tribo, a entrevista, a topada e tudo mais. Caguei um balde cheio pra todos e quero é mais.
Vou comemorar porque estou viva e sou feliz. Sou linda, inteligente, tenho 4 gatinhos lindos, um namorado fofo, uma família doida e alguns dos melhores amigos que alguém pode ter.
Tá, eu tenho (quase) 35 anos e sinto todos eles, mas e daí? Aniversário é aniversário e eu adoro comemorar, ficar mais velha é só um detalhe.
E a merda segue...
Eu tinha marcado a comemoração de aniversário no Grito de Carnaval do Pagode da Tia Doca, sexta-feira, dia 24, a partir das 20h, na sede do Cordão do Bola Preta. Antes de me decidi telefonei pra confirmar a programação, preços e talz. Realmente eles não primam pelo atendimento telefônico ao público, mas confirmaram.
Na sexta comecei a expedir os e-mails de convite, fui enviando por "grupos temáticos": o pessoal da faculdade, "as meninas", meus ex-cálega de sirviço, o pessoal do mestrado. Ficaram faltando alguns poucos grupos e umas creaturas que, embora queridas, não se encaixavam em nenhum grupo temático e iam ficar pros "avulsos". Felizmente não envei pra todos.
Eis que hoje descubro que mudaram o horário do pagode da Tia Doca pras 18h!!!! Tá, eu entendo que no dia seguinte tem o desfile às 9h da manhã, mas 18h é sacanagem, né? Não rola. Tá cancelada a comemoração.
Fui avisar minha chefa (nem vem dizer que quem tem chefe é índio, sou bugre e sei disso) que amanhã troquei de horário com uma cálega pra sair mais cedo e jantar com a minha família. "Vocês não conseguem ficar quietas no horário de vocês, né? Têm sempre que trocar", disse com cara de quem comeu e não gostou. Respondi apenas "é meu aniversário".
Raramente peço pra trocar o horário, mesmo porque detesto os outros horários mais do que detesto o meu, mas não me nego a trocar quando alguma cálega pede. Se vai ter uma filha-da-puta (nós, os bugres) em cada horário, que diferença faz qual delas chegou em qual horário?
O mundo é estranho.
Em geral sou conformada, não esquento a cabeça com merda pouca, vida que segue, sempre. Mas eis que após a topada me irritei, justo na hora que adentrava o logradouro de mau agouro onde ganho meu sustento. Todos os dias eu passo na recepção, coloco meu crachá e dou boa tarde sorrindo pro porteiro. O filho da puta nunca me respondeu, hoje foi igual. Me deu vontade de mandar ele encher aquele cu velho e gordo de rola pra ver se ele se manifestava.
A partir de amanhã não vou dar mais "boa tarde" nem vou colocar o crachá. E se ele me barrar vou virar as costas e vou embora. Me aborreci.
Rumei pra Cinelândia pra pegar o 180 pra ir pro trabalho. Já tava preparada psicologicamente pra mofar no ponto - aliás, mofar não, derreter pq tava um calor do caralho. Pra quem não sabe, o 180 é um desgraçado dum ônibus que demora pra caralho pra passar e quando vem é xexelento, barulhento, velho, sujo e cheios de baratas, como todos os da Viação São Silvestre. Odeio o 180.
Mas né que mal parei no meio fio do ponto e ele chegou quase que ao mesmo tempo?! E nem tinha mendigo dentro! Uau, que cagada!
Como sou uma mulher ciente da pouca sorte que me cabe na vida, já fui com medo de ser assaltada ou o ônibus bater, mas consegui descer do coletivo ilesa. Fui andando olhando bem para os lados, com medo de caminhão desgovernado ou coisa que o valha.
Quase me convenci que minha sorte tinha mudado e entrei na farmácia pra comprar uma tintinha pra dar uma cor na peruca. Rá! Claro que não tinha meu Movida 64 Castanho Acobreado e na saída dei uma topada e arrebentei a frente da sandália quase nova.
Acho que se tivesse tendo sessão de descarrego na filial da Igreja Universal que ocupa o antigo Cine Pathé eu tinha entrado!
Disse também que não recebeu meu e-mail explicando minha pesquisa. O outro que preciso entrevistar disse o mesmo. Que merda!
Já de manhã começou tudo dando errado. Houve um mega acidente de trânsito perto da minha casa e passei a manhã sem luz. O acidente gerou outro acidente. O tráfego foi desviado e eu não conseguia descobrir por onde estavam passando os ônibus. Já quase atrasada, me joguei no primeiro ônibus que passou, lerdo e não ia pra onde eu precisava ir. Consegui trocar de condução e chegar a tempo no meu compromisso, mas não deu tempo de fazer umas cositas antes.
Tudo tem dado errado. Meu fim de semana foi péssimo. Chorei, senti dor e não me diverti.
Queria ir a praia e não consegui companhia. Queria ir ao ensaio da Unidos da Tijuca e tive uma terrível dor de coluna. Fui tomar um chope pra espairecer e...sei lá.... fiquei pior ainda, com uma tristeza enorme quenão me deixou mais. A vida nos prega cada peça....
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006
Hoje estava muito feliz pois recebi o presente de aniversário que queria. Já tinha conversado com minhas bonequinhas da sorte que ganhei da Camila (como já contei aqui, foi o melhor presente que já ganhei na vida) e sabia que ia ganhar, minha bonequinhas são infalívies e eu não abuso. Chegou hoje e fiquei exultante, era tudo o que eu queria.
Só que agora estou triste de novo. Quero outro presente, quero conseguir lares pelo menos pra persinha fumaça e o branquinho carinhoso. Tenho certeza que um gatinho vai fazer sua vida muito mais feliz, me escreve que eu levo eles pra você!
* Dois filhotinhos micros (com aproximadamente 1 mês e meio) estão bem, meio magros mas espertinhos e brincalhões, algo do tipo... "não tenho noção da merda de lugar que estou"
* Duas filhotinhas de uns 4 meses bonitas (uma tricolor peluda) mas eram assustadas.
* Alguns adolescentes ou adultos, mas não deu para precisar a idade pois eram assustados.
A oferta vale para todos. Delivery de lindos gatinhos vacinados e vermifugados. Nos responsabilizamos pela castração e você por dar amor e carinho. É só me escrever.
Mais uma emergência felina. Uma protetora amiga minha escreveu pedindo ajuda. Ela foi no CCZ hoje tirar fotos dos animais pra divulgar no blog de adoções de cães e gatos.
Que ia ser triste e que havia muuuitos animais ela já sabia, só que uma persinha precisa de ajuda urgente e nos comoveu muito. É uma fêmea cor fumaça, muito dócil e carinhosa. Parece animal que tinha dono, minha amiga acha que foi usada como reprodutora até o limite e então quando não servia mais foi descartada. Muito triste. A bichinha está magérrima e deprimida, mas temos certeza que com cuidado e carinho se voltará a ser uma gata linda.
Você não quer ter uma linda gata persa? A gente entrega na sua casa já vacinada e "engordada". Quando ela estiver totalmente recuperada nos responsabilizamos pela castração também. Tudo que ela precisa é de um lar e muito amor.
Se vc quiser essa gatinha escreva para shaisha@hotmail.com ou doacaodeanimais@gmail.com, mas seja rápido. Chegaram duas persas no CCZ, uma já morreu.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006
Como todos sabem, O Orientador é gateiro emérito, tem 6 filhos felinos lindos. Confesso que fico com saudade dos peludos, tava doida pra afofar aquelas lindezas. Achei a gataria mais magra, mas tavam em dieta mesmo.
A boa supresa foi o surto de sociabilidade festiva do Proust. Ele costuma ser arredio e eu nunca tinha conseguido nem carinhar aquele pescocinho gostoso, imagina afofar a barriga. Né que ele chegou e ficou se esfregando nas minhas pernas? Tirei o pé da sandália pra brincar com ele e o bichano começou a se coçar na minha sandália. Forçava o focinho e queixo com força na beira. Achei que ia roer, mas ficou só na esfregação. Depois de auto-coçar bastante deixou abraçado com a sandália e dormiu. Lindo! Fiquei com remorso de pegar de volta.
Enquanto isso, Gigi absoluta deitou recostada na minha bolsa e Alain se enroscou do meu lado. Bibi, como sempre, sobre o aparelho de DVD. Coelho acho que estava na cozinha e Abygail dormindo nas cadeiras. Minha próxima investida será uma aproximação com Aby, ela é a gata mais gostosa que conheço, sou louca pra afofar aquela barriguinha. Minhas Nina e Mimi que não me ouçam...
Hoje estive na casa de O Orientador para definir os próximos passos da minha pesquisa. Ler sobre representações, fazer as entrevistas e escrever os relatórios de campo, como eu pretendia (tirando a parte de representações, achei que essa etapa estava superada). Acho que isso vai dar uma arejada, pq sinceramente, não sabia mais o que escrever.
Quando reli o texto que já tenho amei, mas vício de jornalista, não conseguia ver o que mais escrever, além de consertar os erros de revisão, botar força na peruca da metodologia e escrever a dupla sinistra Introdução&Conclusão. Com as entrevistas e diários de campo surge a deixa pra escrever mais e mais.
O Orientador disse que não preciso ficar ansiosa nem preocupada, que meu trabalho está muito bem encaminhado e quase pronto. Ele não é lindo? Agora a má notícia. Ele acha que não vai dar pra apresentar até 5 de abril, acha que fica "lá pra junho". É, pra ajudar a Uerj em ruínas está interditada e soube que tenho que entregar uma cópia na secretaria um mês antes da defesa (pra que tanto tempo?!).
Bom, vida que segue, vou continuar trabalhando como se fosse pro começo de abril.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006
Ele tinha sumido e não respondia minhas mensagens, assuntei com os outros orientandos se ele tava viajando ou tirando uns dias pra ficar acamado. Viajando. Eu não gosto de incomodar as pessoas emsuas férias, afinal ele não ia me orientar por celular de onde estivesse, né? Mas acabei ligando pra saber qndo voltava e pedir orientação. Ele chega segunda, vou tentar ser recebida na terça.
O carro dele tinha acabado de ser roubado perto da USP. Sair do Rio pra ser assaltado, deve ser ruim viver numa cidade violenta assim, né? Não se pode sair da universidade e encontrar seu carrinho estacionado!
Bom, impagável como sempre ele avisou: "vou chegar na rodoviária igual a um retirante, cheio de sacolinhas". Duvide-ó-dó!
Em outra jogada da minha retomada, encaminhei o texto que tenho pros outros orientandos de O Orientador e pra alguns amigos que já fizeram mestrado. Obviamente exigi críticas e comentários.
Acabei de receber a primeira resposta, fiquei até sem graça. Uma amiga que já terminou o mestrado respondeu "A propósito: estou lendo agora o texto da sua quali e... ESTOU AMANDO!!!! Robertex, quando eu crescer quero escrever como você!".
Fiquei podre de besta!
Eu tava meio que com medo de terminar, com medo de não ter o vínculo com o mestrado. Eu sou mestranda, faço mestrado, depois eu ia fazer o que, ia ser o que? Tá, é maluquice, não precisa responder, já passou.
Depois dessa tarde fiquei animadíssima pra concluir minha dissertação. Quero fazer as entrevistas, quero ler, quero escrever quero que meu Orientador volte de viagem, quero orientação, quero tudo!
Sim, estou com a cachorra, tô atacada, quase eufórica! E olha que estou na TPM...
Tomadas as providências, o passo seguinte foi reler o texto pra lembrar o que escrevi e poder retormar o trabalho. Hoje fui para o trabalho lendo o que escrevi para a qualificação.
Achei muitos erros de concordância, digitação, frases truncadas. Escrevi correndo por causa do prazo e não agüentava mais reler aquilo, não foi feita revisão. Fiz hoje. Mas mesmo com todos os errinhos fiquei emocionada, quase não acreditava que tinha sido eu mesma que tinha escrito aquela lindeza.
Eu ia lendo e dava umas paradas pra pensar, ria sozinha, olhava pela janela do ônibus e sorria para minha cidade, pras ruas, pelas pessoas caminhando. Adoro o Rio de Janeiro, é o meu lugar no mundo. Adoro minha pesquisa, meu tema, o meu texto, adoro tudo. Acho que é por isso que o texto fica bom, escrevo com paixão.
Segunda-feira caiu a ficha que o mês de janeiro tava acabando e também meu prazo pra terminar a dissertação. Liguei pra secretaria do mestrado e ouvi o que temia "o prazo da sua turma termina no dia 5 de abril".
É, é isso mesmo, até 5 de abril eu tenho que ter apresentado a dissertação. Logo tenho que estar com ela concluidinha, linda, impressa e encadernada pra entregar pra banca. Não preciso dizer que fui tomada de pavor instantâneo, seguido de riso nervoso.
Pelo menos não fiquei paralisada. Na mesma hora recomecei a trabalhar. Liguei para O Orientador pra saber quando ele voltava de viagem, alinhavei o agendamento das entrevista e outras providências. Ufa, vamos lá. No final tudo dá certo.