sexta-feira, 6 de outubro de 2006

O 1º professor
A palavra foi passada ao professor convidado, Mohammed. Confesso que eu estava com um pouco de medo dele, pois não o conhecia. Ele tinha sido super simpático quando entreguei a cópia, quando chegou na Uerj e talz, mas sabe-se lá se era doido, né?

Bom, se é doido continuo não sabendo, mas foi super fofo, fofíssimo. Disse que não tinha problema ter entregue o volume em cima da hora, pois a vida é corrida e mesmo que eu tivesse entregado com um mês de antecedência ele só ia ler naquela semana mesmo. Não foi gentil?

Disse que mesmo que não tivesse lido, minha apresentação cobriu toda a dissertação e que ele via o entusiasmo no brilho dos meus olhos enquanto eu falava. Sim, eu amo minha pesquisa. Olha que eu nem contei pra ele que me emociono e choro quando releio porque quase não acredito que fui eu que escrevi aquela lindeza toda.

Ele afirmou que gostou muito da minha dissertação e que escrevo muito bem. Pra minha surpresa, contou que a dissertação de mestrado dele teve um tema e recorte semelhantes ao meu.

Ele fez algumas considerações, comentou que por ele eu teria começado logo pelas entrevistas e diários de campo, deixando a teoria pra depois. Fez algumas sugestões bibligráficas e questionou a ausência de bibliografia sobre espaço, uma vez que eu falava de espacialidade.

Expliquei falo do espaço do popular no cotidiano, mas não trabalho com a noção de espaço como território constituído e a ser defendido, mas com a espaço dotado de afetividad que se torna um lugar. Espaço pode ser qualquer porção de terreno, distância qualquer a ser percorrida, espaço indiferente. A partir do momento que criamos laços topofílicos com esse espaço ele se torna um lugar para nós e é com essa noção que eu trabalho. Falo de sentimento, afeto pelos lugares. Falo da mapa sensível, da cartografia emocional construída pelos usos que as pessoas fazem dos lugares no cotidiano e que imprime sentidos a esses lugares, os dotando de significados. Acho que ele ficou satisfeito e o restante da banca amou minha explicação.

A única pergunta que me fez foi "Mas onde está a Comunicação no seu trabalho". Oras, querido, a Comunicação está em todo lugar, tudo é Comunicação. Tá, respondi de maneira mais educada e convicente, eu acho. ;)

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