Vida de repórti
Ontem peguei poeira na cara em Belford Roxo, hoje peguei chuva na cabeça Queimados, sabe-se lá o que será de mim amanhã São João de Meriti.
Confesso que hoje doeu. Ontem nem foi tão ruim, acabou rápido, cheguei em casa nem tão tarde e talz. Hoje a pauta que eu ia cobrir estava marcada para começar às 19h, mas começou às 21h30. Tava nublado quando saí de casa, achei que ia chover mas ficar aquele calorão. Não levei casaco. Humpf. Passei frio e agora estou espirrando e tossindo. Fiquei duas horas e meia de pé, pegando chuva e vento na cara, sentindo frio e fome. Eu disse começou, pois ainda demorou pra acabar. Na verdade fiquei muito mais tempo de pé, mas quando se está fazendo algo não dói tanto. Foda é esperar.
Eu só pensava "quero muito outro emprego em alguma coisa totalmente diferente, quero muito nunca mais fazer isso, quero muito ir pra casa e não voltar aqui nunca mais". Me restou ficar observando a indumentária das tchutchucas locais e reparando nas bundas e marcas de biquíni com o fotógrafo. Ele disse "eu precisava de um homem aqui pra fazer esse tipo de comentário, mas como não tem vou falar com você, Roberta". Fala, filho, fala. Parecia que TODAS usavam um biquíni fio dental com as laterais muito altas, pois TODAS exibiam marcas de biquíni acima do cós da calça. Até ele ficou chocado.
Agora entendo e concordo com Narinha quando ela disse que Queimados era o pior lugar que ela já tinha ido. Eu respondi "ah, pior que Itaperuna não pode ser, Itaperuna é o pior lugar que já fui em toda minha vida!". Ela garantiu que Queimados era pior e o pior é que era. Ontem em Belford Roxo eu ainda consegui um sanduíche honesto pra comer e uma coca light gelada. Hoje, para não definhar de inanição, tive que comprar um pacote de biscoito presuntinho em uma birosca (era o único disponível, mas pelo menos era de uma marca famosa), mas não havia coca light ou água com gás em lugar algum. Meu fotógrafo, muito gentil, me descolou uma lata do precioso líquido no mercado negro, sabe-se lá que tipo de escambo o pobre fez. Ainda em que sempre tenho a companhia de um retratista meio trololó pra me divertir.
Odeio muito tudo isso. Quer dizer, não odeio meu cálega fotogra*, ele é divertido e tem contatos no mercado negro da coca light!
* já trabalhei com um suposto fotógrafo que dizia que era fotogra e que ia pegar café na garrafa técnica. Ele dizia muita merda e era um mala, além de mentiroso.
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