O trem parou, rapaziada, tá na hora de tomar uma gelada...
Encontrei amiga Glorinha no metrô e rumamos para a gare da Central do Brasil, onde menino Pedro nos aguardava. Demos uma pinta rápida no show e fomos nos estapear por um bilhete pra entrar na plataforma. A fila era imensa e maior ainda a confusão na boca do guichê. Garota esperta, fui dar uma rosetada e descobri que no balcão de informações também estavam vendendo bilhetes - sem fila nem confusão.
Na plataforma 2, de onde saem os paradores, descobrimos que muita gente tinha deixado pra pegar o último trem. Os vagões estavam abarrotados. Fomos andando até o início da composição e, como não havia música, tinha lugar até pra sentar. Nos acomodamos conformados. Pedro reclamou que a saída tava marcada pras 21h40 e o trem só saiu às 21h. Sabe como é, né? Ele gosta de tudo homologado e protocolado em quatro vias carimbadas. Não é errado ser assim e a amizade continua a mesma. Rá! Né que o vagão foi enchendo e parou na nossa frente justamente o pessoal da Portela? Fomos vips, de camarote, de pé sem cima do banco (o vagão ficou tão abarrotado quanto os outros) cantando até Oswaldo Cruz.
Depois de vencer a procissão pra sair da estação, resolvemos ir direto pro Palco 2, na Átila da Silveira. Desencontramos Vicente, demos pinta, fomos ao banheiro químico e, antes que começassemos a dançar Pedro decretou que ia embora. Tinha um aniversário numa boate em Ipanema. "Pedro! Aquilo tem todo dia, aqui é só uma vez por ano". Ele argumentou que marca tantos compromissos que não dá conta. Ai, eu compreendo, essa vida de locomotiva social é realmente complicada. Depois de negociar com o taxista o traslado Oswaldo Cruz-Copacabana, com escala no Flamengo, Pedro e Glorinha foram embora. Voltei pra muvuca e logo encontrei Vicente e amigos. Pronto.
Sei que comemos surrasquinho, bebemos muita cerveja, falamos muita bobagem, demos pinta nos três palcos, nos jogamos e nos perdemos, flanando pelo emaranhado de ruas que eu desconhecia, mas fervilham atrás do Conjunto. Pulamos um murinho, enfiamos os pés em poças, atravessamos a pontezinha sórdida sobre o rio fétido. Claro que não havia coca light disponível, mas ainda assim adorei conhecer outros buracos, outros rodas de samba, outras esquinas.
Confesso que às 2h30 eu e Vic já não tinhamos mais pernas e fomos embora. Ano que vem pretendo dormir o dia inteiro pra poder me jogar nos pagodes até o dia clarear.
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