Gorda safada
Tô uma vaca gorda, uma bolota carioca, como diz um pretendente interestadual meu. Pois é. Hoje indo para o trabalho passei pela fatídica esquina onde dá ixpidiente o desgraçado do camelô que me chamou de mulherão. Tava lá o palhaço "Olha o chumbinho mata e seca o rato, olha a pilha, olha o superbondi". Tá diversificando os negócios, hein? Eu tava com uma calça gelo e uma camiseta preta. Ele me deu lançou um olhar lascivo, mas não falou nada. Ai, dele, no mau humor que ando nos últimos dias teria enfiado-lhe a mercadoria goela abaixo. Acho que ele só molesta mulheres de vestido.
Quarta, na segunda chamada do meu chope de aniversário, fui com meu bendito vestido azul turquesa, aquele que arrebentou a alça e o mesmo que eu tava no dia que o ambulante me lançou o tão infeliz elogio. Realmente a cor do vestido me cai bem, mas ele me engorda mais do que já estou gorda. No bar todos disseram que eu tava bem de azul. O Orientador disse que eu devia usar o vestido mais vezes.
– Nossa, mas você tá bem de azul, esse decote te ficou ótimo.
– É, esse tipo de decote me favorete...eu chamo de decote "peitos na bandeja".
– É fica com uns peitões.
– Sim, eu tenho vários vestidos com esse decote.
Bom, na verdade estou com peitões porque tô gorda mesmo. Hoje vi Clarisse enviou as fotos do evento. Tô gorda pra caralho.
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