O mundo é estranho
Apesar do despertador que me acordou às 6h da madrugada, apesar do frio do capeta que senti quando tomei banho, apesar do gatinho Pipoca lanhando minhas canelas, apesar de não ter nada pra tomar café de manhã em casa, apesar do ônibus que demorou pra passar e lerdou no caminho.... continuo feliz da vida hoje.
Ando numa alegria indígena, sabe?
Bom, mas hoje, pra não piorar a crise de Mendonça, o chefe da repartição, resolvi não me maquiar, mesmo porque se o fizesse o resultado poderia ser desastroso. Quinta-feira é o dia que sou ouvinte na aula do doutorado na UFF. Acordo no cu da manhã pra me despencar pra Niterói. Da aula vou direto pra repartição. Chego em casa longas 14 horas depois de ter saído. Minha cara ia ficar borrada.
Enfim, mas pra não atiçar os delírios persecutórios do chefe, coloquei uma calça jeans já meio surrada, uma bata branca e melissinha rasteira. Pra ele ver meu despojamento até deixei pingar picolé na blusa (adoro picolé), mas depois me arrependi. Vai que num surto rodriguiano, ele lembre de “nem bem ficou viúva e já tá chupando chicabom” e pense “nem trocou de emprego ainda e já ta chupando chicabom, em plena luz do dia e ainda se deixa respingar sem a menor cerimônia! Mulher infiel!”. Pobre Mendonça, não quero isso pra ele.
Enfim, tô aqui com uma cara de sono, dor no corpo, roupa amassada e sorriso indefectível na cara. Será que to ficando maluca de novo?
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