Mistério
Tava eu hoje de manhã, chapada de sono, atravessando a passagem subterrânea do RioSul quando vejo uma cara conhecida. André! Era meu amigo André, mas já tinha passado. Vem cá, que Menino André, que é muito mais notívago e locomotiva social que eu, tava fazendo todo serelepe, de camiseta verde, sem óculos escuro, semi-sorridente àquela hora da madrugada? Caiu da cama? Duvido! O safado devia era estar voltando da noite. Ai, que lástima, eu já na rua e ele ainda na rua.
Eu pouco vejo André, mas gosto muito dele. A última vez que nos encontramos foi naquele festão pra 1.300 pessoas que fui em Santa Teresa. "Oie, vocês também! Tá todo mundo aqui, né?". Todo mundo quem, cara pálida? Todo mundo vip, que de amigo meu só encontrei ele mesmo.
Lembro uma vez, há alguns anos, que encontrei André no Free Jazz. Ele tava de bermuda acima do joelho e coturnos de cano alto. Sempre fashionable.
– Já pegou alguém?
– Peguei só vento na cara.
– Ai, amiga, nem eu. Vamos dar pinta por aí.
Saímos eu e André de braços dados, distribuindo sorrisos, pra ver se pegávamos alguém. Claro que não logramos êxito, né? Deviam olhar a gente e pensar "Olha a biba e louca bêbados". Pelo menos rimos muito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário