terça-feira, 16 de outubro de 2007

Sempre pode piorar

Já que não fui atendida, nem dava pra dar gastar sola de sapato vendo vitrine e muito menos eu conseguiria almoçar, fui mais cedo pra repartição. Chego lá e descubro que o feriado foi o fervo: merda atrás de merda. Ca-ga-lho, logo hoje?

Reunião. Aborrecimento. Saco cheio. Mendonça, puto nas cuecas, me repassou indigesta a tarefa de demitir uma comedora de acepipes roedores e dar uma enquadrada em alguns apreciadores de camundonguinhos. Ele cuidou de defenestrar a mais gulosa. Passaralho na cova na comedores de ratazanas. Sabe como é, né? Se diminuem os predadores, os ratos vão se reproduzir e tomar conta. Tá brabo.

Puta-que-pariu. Eu nunca tinha demitido ninguém e podia ter continuado vivendo sem essa experiência. Que merda, que clima, que situação, que constrangimento.

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Aborrecimento, aborrecimento, aborrecimento. Correria. Ligações inúteis. Irritação.
Saí da repartição quase 22h. No carro, o motorista tagarelando sei lá o que, em um tom de voz exasperante e repetindo tudo três vezes. Eu não sei o que ele falava e, pra ser sincera, hoje não me interessava. No trajeto, o paralelepípedo começou a pesar mais e se transformou em dor de estômago. O buraco no meu peito se abriu mais e fui pra casa segurando o choro.

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Cheguei em casa e chorei. Pedi colo pra minha irmã e chorei. Ela não entendeu o motivo, é claro. Ela nunca entende o motivo, mas hoje não me interessava. Eu só queria um colo pra chorar.

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Tô péssima.

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