Mas, por falar em cozinheiro e em fazer amizade...
Lembrei de outra que tava pra contar. Tarde de sábado dessas, tava eu no metrô quando senta ao meu lado um rapaz magro, alto, trajando uma camisa com estampa no estilo carnaval no inferno. Reparei que ele tava me olhando, mas fiquei na minha. Passadas umas duas estações ele quis fazer amizade. Começamos a conversar. O nome dele era Alexandre e ele era cozinheiro de um hotel em Copacabana.
Adoro saber dos outros e Alexandre me contou muitas coisas. Os saberes são complementares e, até então, eu nem sabia como funcionava o sistema de vale-transporte eletrônico. Alexandre me explicou que recebia Riocard do hotel pra ir trabalhar de ônibus, supostamente duas conduções. No entanto, ele tomava a integração Supervia-Metrô, que era mais barata. Daí, com o dinheiro economizado ele aproveitava pra passear na folga. Contou que costumava ir pra rodoviária e pegar um ônibus para alguma cidade que ainda não conhecesse, qualquer uma, o importante é alargar os horizontes. Gostei do meu novo amigo!
Ele me contou que adora cozinhar, mas que ia sair do hotel justametne porque trabalhava muito e não tinha quase tempo de andar por aí. Ia tentar concurso pra merendeiro, pois a carga horária era mais tranqüila, afinal a vida não é só trabalhar. Faria umas jantas em casa de madame à guisa de frila e, com o dinheiro extra, poderia flanar por cidades nunca imaginadas, talvez até viagens interestaduais. Alexandre disse que gostava de conhecer novos lugares. Olha, adorei essa disposição para conhecer o outro e a alma de flanêur de Alexandre.
Nos despedimos na estação Arcoverde, eu seguiria até a Cantagalo. "Roberta, sentei do seu lado porque te achei muito bonita, nunca imaginei que fosse tão simpática".
Ah, obrigada, Alexandre, e você é muito gentil!
Nenhum comentário:
Postar um comentário