sábado, 3 de novembro de 2007

Os ciúmes de Mendonça

Mendonça, tal e qual um irmão mais velho, tem ciúmes de mim. Nunca nenhum homem é bom o suficiente para mim e ele ainda se dá ao desfrute de questionar, quase interrogar, os pobres. Eu me divirto.

Certa vez ele já teve a falta de semancol de me dizer "Roberta, por favor, não dá pra ele. Se você der pra esse cara ele vai ficar se achando seu homem". Bem, até hoje não entendi as implicações.

Como sou má, mostro a ele as fotos dos meus pretendentes pra ouvir as críticas. Outro dia mostrei a de um morenaço belzebu todo udo.

– Não, Roberta, não. Depois de um capacete você vem com um boné? Qual o seu problema? Não! Pára! E esse boné? Olha, tá rasgado o boné dele! Que ele faz da vida?
– Que rasgado que nada, é faxion!
– Não, Roberta, não. De boné não! Que que esse cara faz na vida?
– Qual o problema? Mó gostoso, todo sarado. Ele é modelo fotográfico. Olha esse peito definido! Eu apertava o peito dele e era duro que nem pedra, rá! E esses braços fortes? Me sinto tão segura nesses brações....
– Não, Roberta! Você não deu pra ele não, né?
– Ainda não.
– Não vai dar, não vai dar, Roberta! Olha... Roberta. Depois vai querer levar lá em casa. Você pega esses caras e tem mania de levar lá em casa! Esse cara não vai beber da minha cerveja. Vou botar cadeado na geladeira!
– Mendonça, pára, não vou casar com ele.

Pois é. Eu nem pretendia sair de novo com o cara, mas me diverti tripudiando.

Perversa que sou, uns dias depois chamei ele e mostrei a foto de outro pretendente. Outro moreno alto, só que "pior". Esse, além do boné, ainda ostentava óculos escuros e camiseta regada preta na foto. Mendonça deu um chilique: gritou "NÃO!" e virou a cara fazendo expressão de horror.

Gargalhei!

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