Grupo de apoio
Meu consolo é que o grupo de apoio continua a todo vapor. Outro dia caiu uma ficha na cachola da Mãe Camila e ela me ligou para comentar. Como nós partilhamos muitas semelhanças em nossa história familiar, sempre que uma ficha cai e fica ecoando na cachola, nos a dividimos. Ela quesionou por que nnós duas, mulheres de mais de 30 anos, independentes e bem sucedidas, que já estiveram em relacionamentos estáveis e duradouros com homens supostamente independentes e bem resolvidos, nunca quisemos nos reproduzir. Eu sempre achei que tinha medo de ser uma mãe tão ruim quanto a minha foi para mim. Tenho muito medo de cair na armadilha fácil e corriqueira e repetir a história. mas Mãe Camila levantou outro ponto. Ponto alias, no qual já tínhamos tocado. Nós duas somos filhas de homens fracos e mulheres fortes, que assumem a responsabilidade e cuidam, mesmo de quem não quer ser cuidado. Crescemos aprendendo com nossas mães que amar é cuidar e que é assim que se obtem amor, por isso sempre nos ligamos a homens que pareciam independentes e bem-sucedidos, mas na verdade eram fracos e logo se tornavam dependentes de nós, como nossos pais. Daí, como nossos pais morreram em decorrência de sua inaptidão para a vida, teríamos medo de nos reproduzir e ficar viúvas, que nossos companheiros morressem nos deixando sós, como nossos pais fizeram. É, pode ser, sei lá. Por um tempo eu achei que nunca me reproduzi por nunca ter encontrado um homem "a altura" de compartilhar tal empreitada comigo, que me fizesse sentir segura para tal. Nossos pais eram carinhosos, nos amavam, mas nunca nos fizeram sentir segurança. Hmmmm.... não sei. De qualquer jeito, também seria uma maneira de repetir a história....
Uma vez um amigo divorciado comentou que tudo que uma criança precisa é se sentir segura e amada e que mesmo separados ele e a ex proporcionavam isso aos filhos. Foi quando caiu a ficha. Lembro que a frase ficou ecoando na minha cabeça e percebi que meu problema era esse: eu nunca me senti segura.
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