quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Meus amigos Rockers drogaditos

Tenho alguns amigos rockers drogaditos, do tipo que viaja para ir a shows em outras cidades. São meus contemporâneos, têm mais de 30 anos (ou quase 40) e um gosto musical algo datado, algo verde. Dia desses contaram que foram a Curitiba em grupo para um festival (de rock, é claro) e sofreram um choque de gerações.

Chegaram obnubilados, pois as meninas os abordavam a todo momento perguntando se tinham algo para passar e se tinham bala. Sabe como é, eu sei o que é uma “bala”, um “doce”, mas sempre que alguém me pergunta se eu quero/tenho bala penso em halls ou coisa parecida. Doce me remete a chocolate. Leva uns dois ou três segundos pra eu ligar o nome à “pessoa”.

Constatamos que, no nosso tempo, as drogas eram bagulho e pó. Claro que havia outras, mas eram caras ou raras demais. Obviamente não incluo a possibilidade de cheirar solvente e congêneres. O usual era cheirar pó e fumar maconha mesmo. Hoje em dia, enquanto jovens senhores, nossa droga costumeira é álcool. Bebemos cerveja, (vinho, uísque, champanhe, cachaça, vodka, etc) e, de vez em quando, fumamos um baseadinho.

Um dos rapazes estava em certo famoso bar de rockers na cidade quando uma jovem o abordou perguntando se ele estava com “os cariocas”. Ele, todo pimpão, achou que ser carioca era onda e que ia pegar a moça. Rá. Ao ouvir a resposta afirmativa ela não titubeou “você tem alguma coisa para passar?”. Puto nas cuecas com a decepção e a repetição da pergunta, ele disse que sim e que nem ia cobrar, cederia a ela as balas. Encheu a mão da bruta de balas muquiranas que ele havia pego junto com o troco na churrascaria onde almoçaram. A garota ficou indignada e ficou repetindo “você não podia ter feito isso”. Ele voltou ao grupo dos “cariocas” e não se afastou mais. Aquela juventude era muito esquisita e pouco amistosa. Um outro, algo mais beligerante, respondeu a outra garota que, se ela quisesse, ele passava a pica nela. Se eu não fosse solidária ao choque de gerações o mandaria para o HTP.

Pobres dos meus amigos jovens senhores rockers drogaditos.

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