segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Triste

Hoje à tarde vim para casa do trabalho pensando exatamente nisso, como ando triste, mas como estou feliz. Tava uma tarde tão bonita, cheguei quase 6h e ainda tava sol. Fui na loja de tintas comprar uma nova lata pra fazer lambança em casa, depois fui à academia me matricular e em seguida ao supermercado comprar mais itens pra abarrotar minha geladeira. Eu tava triste, mas feliz.

Desde que comecei a fazer terapia ando assim. No começo tinha o esquema de, assim que acabava a sessão, sentir alívio. Quando saía de lá, no ônibus pra casa, sentia tristeza e, no dia seguinte, raiva da terapeuta. Era isso: alívio-tristeza-raiva. Agora sinto apenas tristeza. Não chega a aliviar, mas sei que é melhor assim. Me sinto orgulhosa por ter coragem de mexer em feridas tão antigas, tão doídas. Sabe como é, né? Eu sempre faço o que precisa ser feito e era preciso fazer isso agora pra seguir em frente.

Daí tava voltando pra casa e pensando na minha vida, em como está tudo. O negócio é esse mesmo: tá tudo quase-ótimo, vou bem, obrigada. O que não tá bom, os motivos das minha tristezas são coisas que não posso mudar, sobre as quais não tenho poder ou que machucam, mas são têm alternativa. É a minha mãe lelé e doente que não quer se tratar e só piora, é a minha irmã que não entende/aceita que nossa mãe é lelé e não quer se tratar, são amores impossíveis e irremediáveis, coisas que só o tempo resolve. De resto, o que dá pra eu resolver, eu resolvo. Daí tô assim...nessa tristeza reconfortante.

Outro dia eu disse pra terapeuta que tinha cansado, que tava cansada e não queria mais, que não podia mais, que tinha me esgotado, exaurido, que não tinha mais nada pra dar pra ninguém porque o que sobra pra mim é pouco. Num tom de voz muito calmo ela disse "você pode sim e sabe que pode". Saco, logo ela já me sacaneou perguntando pela minha roupa de mulher-maravilha. Então vou lá, tentar resolver até o que quase não tem solução. Eu sou foda, sabe?

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