Bem-vinda à realidade, Roberta

Já cheguei em casa. Aliás, "já" não, cheguei há pouco, mas devia ter chegado há muito tempo. O voo atrasou e mofei no aeroporto. Fora isso, as obras no Santos Dumont começaram hoje, daí fui desovada no Galeão. Saco. Ainda por cima está chovendo aqui tanto quanto estava em Brasília quando embarquei. Pra completar, esqueci meu celular na casa da Fernanda. Ela ia mandar por Sedex 10, mas o correio tá em greve. Vai mandar pelo TAM Express, mas vou ter que ir buscar no aeroporto na quarta de manhã. Que caralho nada auspicioso.

Minha casa tá imunda, cheia de poeira e tem comida podre na geladeira. Mal cheguei e o telefone tocou, era minha mãe dando esporro sem motivo. "Porra Roberta, pensei que você vinha cedo". Eu ainda tava com um pé de tênis calçado e ainda com a roupa que viajei. Eu marquei de JANTAR com ela quando voltasse. "Seu esporte preferido é me fazer cobranças pra me deixar estressada, né? Acabei de chegar, vou à noite" e desliguei. Sim, estou mal humorada.

Tava quase dando um perdido na minha mãe e indo tomar cerveja com sardinha frita com as mulheres loucas da Lapa pra ser feliz, daí liguei pra minha irmã pra avisar. Não vai dar, vou ter que ir lá porque minha mãe levou um tombo na sexta e se fudeu toda. Minha irmã cedeu às chantagens dela e não levou ao hospital, ela não entende que velho quando cai tem que ir pro hospital. Puta que pariu.

Vou tomar um banho demorado e quente, usar toalhas brancas e limpas, levar a roupa na lavanderia e comer algo bem gostoso pra melhorar um pouco antes de ir.

Minha viagem foi ótima, péssimo é voltar pra minha vida. Ainda bem que viajo de novo na sexta.