Meu amigo Gibi
Gibi foi o primeiro amigo que fiz através do blog. Ele era leitor do HTP e um dia escreveu dizendo que gostava dos nossos textos, mas que nosso layout era um cagalhão. Se a gente quisesse ele desenhava outro pra gente. "É digrátis? Então eu quero". Ele fez também meu blog pessoal e o 3x4Colorido da Ana. É meu gerente de blog até hoje.
Trocamos e-mails por meses antes de nos encontramos. Nos tornamos amigos pra caralho sem nos conhecer. Foram centenas de mensagens e horas de conversa ao telefone. Ele era tão arredio que eu achava que vivia numa cadeira de rodas e digitava com um lápis na boca. Um dia ele capitulou e marcamos um chope no Mercadinho São José. Eu tava de plantão e fui direto pra lá.
Quando cheguei tava aquela porra daquele homem grande, com 1,86m e mais de 100kg, todo tatuado, sentado me esperando. O bruto trajava calça capri, uma camiseta de malha com um desenho "exótico" e sandália papete. Não contente, usava cabelo chanel e uma faixa vermelha na cabeça. Ele disse que era bandana. Bandana o caralho, lá em casa é faixa.
Eu tava meio esquisita, tava doente e ainda não sabia. Tomei uns três chopes e fui pro banheiro vomitar assim que chegou a linguiça calabresa com cebola e batatas fritas que ele pediu pra beliscarmos - sabe como é, gordo é tudo safado e só pede comidinha frugal. Não saí mais do banheiro. Gibi pediu pra moça da faxina ir ver se eu tava bem. Eu tava viva, mas não conseguia parar de vomitar. Quando consegui, ele me botou num táxi e me levou em casa. O taxista ganhou a quentinha com os petiscos que não comemos. Eu mal conseguia ficar em pé. No dia seguinte fui parar no hospital e fiquei no soro.
Sim, a primeira vez que Gibi me viu eu paguei mó mico. Tomamos alguns outros chopes depois, pra eu me redimir.
Naquela época ele ainda não ostentava alargadores de orelha. Desde então eu já o vi de dreads e com a cabeça raspada. Depois que casou com a Santa Claudia ele anda mais limpinho: passa máquina 4 na cabeça e usa roupa de gente.
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