O estranho mundo do shopping center
Aproveitei que tava no shopping, pois não sou habitué, e resolvi comprar uma mochila para levar minhas tralhas para a academia. Não é a intenção, mas sei que de vez em quando vou ter que ir direto pra repartição e como pretendo levar o programa "Adeus sedentarismo" a sério, achei que era uma boa aquisição.
Escolhi uma que me pareceu menos feia, com poucas cores e bastente funcional. Já tava abrindo a bolsa pra tirar o cartão de crédito quando o vendedor idiota solta a pérola "é pro filhão?". Olhei pra cara dele e o palhaço ostentava um sorriso idiota.
Filhão? Filhão? Filhão? Filhão é o caralho, é a cabeça do meu pau, como diria o grosso do meu ex-marido, a chapeleta da minha piroca. Filhão deve ser como puta velha, chifrim e podre que te pariu te chama, seu merda. Sim, eu tenho idade pra ter um filho adolescente, mas se tivesse parido alguém não chamaria o pobre de "filhão". Poderia ser o moleque, o peste, o monstrinho, a crionça, o garoto ou, simplesmente, filho, mas "filhão" jamais!
Eu já não tinha ido muito com a cara do vendedor mesmo. Quando entrei na loja veio me atender um outro mais gatinho, mais alto, mais magro e mais simpático do que ele. O mala brotou do nada e disse que a vez era dele. Educado, o outro se retirou.
Babaca, perdeu a vez. Olhei bem pra cara dele e disse "Era pra mim, desisti de levar".
– Olha que com essa febre de shopping vai acabar rapidinho.
– Bom pra você.
Não comprei mais nada, tomei um café expresso pra me refazer e fui embora.
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