sábado, 9 de fevereiro de 2008

O carnaval propriamente dito

Sábado à tarde mudou de novo o turno da função e minha irmã reassumiu Mamãe Lelé do pé quebrado. Tinha passado a manhã atendendo ligações dos meus amigos perguntando em que bloco eu tava. No bloco dos filhos da puta. Eu já havia perdido o Céu na Terra, mas parti a tempo do Carioca da Gema, que peguei ainda na Rua do Lavradio. Fui e chifres de diaba, como nos outros anos, mas com um traje alusivo ao Bola Preta, pois sou uma foliã conservadora. Logo encontrei Nara, IS e Ló. Comprei uma skol gelada e achei que o carnaval tinha finalmente começado. Tolinha que sou. Achei e perdi Cris&Ju, purpurinados e colocadíssimos.

Eu fui à favor da proibição dos carrinhos de cerveja no meio do bloco, realmente machucavam as pernas e atrapalhavam a folia. Mas acho que os vendedores ainda não se adequaram ao novo modelo "estacionado na calçada". Não havia cerveja!!! Eu morrendo de sede e sempre que chegava a alguma barraquinha o isopor tava vazio. Ai, que mundo estranho.

Já em frente à Fundição, parti em missão de busca e apreensão de cerveja gelada e encontrei Paulinho, Xica, Simone Miranda e Krakovics, esta de pequena sereia, uia!
Havia uma espécie de bloco de palhaças, com fantasias iguais, mas àquela altura, apenas Simone ainda ostentava o traje. Aliás, segundo Menina K., que peruca rosa de Ariel que nada, o que bombou foi o nariz vermelho da Simone. Todos os palhacinhos vieram falar com a cálega de profissão. Que coisa!

Lá pelas 20h, comi um surrasquinho e parti pra casa. Precisava de um soninho de beleza para fazer bonito de palhacinha no desfile da Corte Imperial na Avenida!




O Desfile

A presidente de ala tinha marcado 3h30 na Sapucaí por causa da maquiagem. Como o Império fecharia o desfile do Grupo de Acesso, eu cheguei só às 4h30 porque sabia que só entraríamos na Avenida lá pras 5h30. Chovia.

No Metrô já encontrei vários palhacinhos e componentes de outras alas. Havia pierros, arlequins, toureiros e carmens miranda. Fomos cantando o samba. Quando desembarquei na Praça 11 chovia de verdade. Mó galera com medo de sair, se amontoava embaixo da marquise e em todos os cantos da estação. Parti pra concentração. Me perdi dos palhacinhos do Metrô, mas achei outros extraviados. Demorei um tempão pra achar a galera. Chovia. De repente ouvi uma voz conhecida. Aloysio! Ele me mostrou onde estavam Ana e Selma. A gente nem se reconhecia com tanta roupa e maquiagem.

Tava todo mundo aboletado embaixo de um plástico preto de uns vendedores de cerveja. Confusão. O pessoal se maquiava e se acotovelava. Uns meio catatônicos, outros agitados. A chuva deu uma estiada e fomos pro lugar da nossa ala, atrás do carro das bananas. Quando o locutor anunciou "Império Serrano" desabou um temporal do caralho, do capeta, do nem sei o que. Como diz I.V., quando começa a chover no meio do desfile até dá um gás, mas quando a gente já entra com chuva é foda. É foda. Foi foda. Havia muitas poças na Avenida. Minha sapatilha ficou pesada de tanta água. Toda a fantasia pesava, mas a gente não parava de cantar e pular. Foi um desfile estranho.

Quando cheguei na Apoteose chovia m-u-i-t-o, mas como já tava encharcada mesmo, esperei a bateria e continuei cantando o samba. Os presidentes de ala tremiam de frio, a gente, no macacão de palhaço, até que távamos quentinhos.

Dia clareando, segui pro Metrô com minha gangue de amigos palhacinhos, mas eles pegaram o trem no sentido oposto e entrei sozinha no vagão. Domingo, 6h da manhã. Não havia muitos foliões no metrô. Eu, fantasia ensopada, cara borrada, me encostei em um canto. Nem sentei. Minha roupa tava tão molhada que a água começou a escorrer e fez um poça sob meus pés: parecia que eu tinha mijado nas calças. Comecei a tremer de frio no ar condicionado.

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