Policial

Outro dia tava comentando com minha companheira de folia, Janine, que sair de casa fantasiada e frequentar blocos é como se o pedreiro do Facebook tivesse saído do computador (hoje ele me perguntou se como rato, porque sou uma gata. Eu amo o pedreiro do Facebook!).

Outro dia tava chegando no Pierrot da Madrugada com um amigo e, apesar da companhia masculina, um palhaço não se absteve de exclamar 'toda faceira!'. Tá, tá certo que minha companhia masculina era o Wela, mas ainda assim foi engraçado.

No primeiro dia que saí purpurinada, um estrupício ficou quase ofendido com minha beleza e me olhou com cara de repulsa "saindo essa hora toda brilhosa...".

Mas nada se compara ao dia de hoje, quando saí vestida de policial. No curto trajeto da minha casa até a Rua do Resende o que eu ouvi de 'me prende que eu deixo', 'quero ser preso', 'me leva preso, policial".

Já no elevador, um negão ficou me olhando com uma cara engraçada. Quando parou no térreo ele avisou "sua fantasia é muito bonita". Agradeci ao gentil vizinho e fui embora.

Na Gomes Freire, passei em frente à obra ao lado Hotel Granada. Menina, um negão luxo e riqueza, de uns dois metros de altura, calça jeans e peito desnudo sujo de poeira de obra pediu 'me prende e me arrebenta'. Menina, quase que largo o bloco e vou escalar o negão. Isso que é fantasia, hein? Um pedreiro gostoso! Logo eu que, enquanto baixinha, sempre gostei de homem grande, como ele faz isso comigo logo hoje? Sabe como é, né? Bloco é compromisso e carnaval é uma vez só no ano. Sorri e segui em frente.

Ai, é dura a vida de foliã policial.