Távamos lindas, loiras e japonesas em nossos modelitos pretos. Minha amiga com um mais curtinho e de alcinhas, compondo com um sapatinho vinho e uma bolsinha xadrez. Eu de Norminha, com um vestido preto um pouco abaixo do joelho e um decote que valoriza meu belo colo, devidamente abrilhantado por pó iluminador, botas de cano alto e bolsa tiracolo verde escuro. Pra dar uma cor, botei brincos e anéis vermelhos.
Resolvemos dar uma pinta na Pista 2. Meio vazia, mas o som tava bom pra caralho. Minha amiga animadíssima "Caralho, Roberta. A gente é roots!". Tamos lá batendo cabeça sorridentes quando eis que um indivíduo mais ou menos da minha idade, todo de preto, barbinha e barriga protuberante me cutuca. "Conhece essa?". Como eu não tava a fim dar papo, queria era dançar, nem prestei atenção: fiz que não com a cabeça e virei a cara.
Cutuca de novo. "Eu sabia. Pois tem uma cadeira ali te esperando, vai pra lá". Acho que ele não me achava digna da pista com meu vestido de Norminha. Olhei ele com desprezo e disse "Não, obrigada". Talvez ele tenha percebido a gafe e pediu desculpas com cara de "fiz merda".
Ao longo da noite, toda hora ele vinha dançar perto da gente e ficava fazendo gestos de quem pede perdão. Essa nem foi palhaçada, foi apenas um momento O mundo é estranho. Coisas da pista.
5 comentários:
coitaado ._.
Norminha? Isso é de novela?
Sim, a personagem da Dira Paes.
O q eh isso? Cada uma. Eu teria mandado a merda. Educada vc!
Renata, uma das coisas que faço questão na vida é ser educada. Para dizer uma grosseria, como no caso do Palhaço Roliço que tá no HTP, é preciso me irritar muito, ser muito grosseiro comigo. Tenho uma paciência de Jó.
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